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     História do sobrenome Oliveira      

Sobrenome de origem toponímica, tomado à alguma propriedade onde se cultivam oliveiras. De oliveira, subst. comum (Antenor Nascentes, II, 223). Vem esta família de Pedro de Oliveira, que foi o primeiro com este sobrenome, cujo filho Martim Pires de Oliveira, arcebispo de Braga, instituiu em 1306 o morgado de Oliveira, em seu irmão Mem Pires de Oliveira. Foi seu solar na freguesia de Santiago de Oliveira, donde esta família tomou o sobrenome, no concelho de Lanhoso. No tempo de D. Diniz I, rei de Portugal em 1281, já era «família antiga, ilustre e honrosa», como consta dos livros de inquirições desse rei (Anuário Genealógico Latino, I, 72). Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de Bento de Oliveira [- 1657, RJ], que deixou descendência do seu cas. no Rio, em 1617, com Ana de Sampaio, n. no Rio, onde fal. em 1654 (Rheingantz, III, 35). Rheingantz registra mais 47 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosas descendêcias no Rio de Janeiro. Antiga e importante família, de origem portuguesa, estabelecida em São Paulo, com ramificações na Vila de Santos, SP, à Angra dos Reis, RJ, que teve princípio no Cap.-Mor de São Vicente (1538) Antônio de Oliveira, de Portugal, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, primeiro lugar tenente do Donatário Martim Afonso de Sousa [1538-1542 e 1549-1552]. Deixou vasta descendência, do seu cas., em Portugal, com Genebra Leitão de Vasconcellos, n. em Portugal. Deste casal descendem os Oliveira Gago. Entre seus descendentes, registra-se Matias de Oliveira Lobo, de quem descendem os Oliveira Lobo (v.s.), de São Paulo. Ainda em São Paulo, de origem portuguesa, a importante família de Rafael de Oliveira, «o Velho» [1572, Portugal - 1648, SP], filho de Maria Gonçalves. Deixou numerosa descendência de seus dois casamentos: 1.º, com Paula Fernandes, com a qual teve seis filhos, abastados fazendeiros no sertão de Jundiaí; e 2.º, com Catarina de Figueiredo d'Horta [- 1621, SP], matriarca de um dos ramos da família Horta (v.s.), de São Paulo, que por este casamento, descendem os Oliveiras e os Oliveira Horta (v.s.), de São Paulo. No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, a de Domingos Fernandes de Oliveira, que deixou geração, por volta de 1734, na Colônia do Sacramento, com Quitéria Maria de Santo Inácio. Ainda, no Rio Grande do Sul, a importante família Souza de Oliveira, à qual pertence Francisco de Souza de Oliveira [c.1730, Colônia do Sacramento -04.10.1792, em sua estância em Gravataí, RS]. Era irmã de Eufrásia Maria de oliveira, que por seu casamento foi a matriarca da família Gomes de Carvalho (v.s.), do Rio de Janeiro. Francisco de Souza de Oliveira deixou numerosa descendência do seu cas., a 27.01.1766, em Viamão, RS, com Rosa Maria Seria [c.1751, Rio Grande, RS -], filha do Capitão de dragões Antônio Pinto da Costa e de Teodósia Maria de Jesus. Foram antepassados, entre outros: I - do neto, o conselheiro Cândido Batista de Oliveira [08.02.1801, Porto Alegre, RS -], Professor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Diretor da Revista Brasileira, em sua 1ª fase, de 1857 a 1861. Ministro de Estado). Deixou geração do seu cas. com Ana Chagas; II - a neta, Antônia Cândida de Oliveira [c.1813, Porto Alegre, RS -[, cas. com o alferes Marco Antônio de Azeredo Coutinho Ramos de Montaury, da importante família Montaury (v.s.); III - o bisneto, Luiz Plínio de Oliveira [06.07.1834 - 24.05.1909], que por seu casamento, tornou-se patriarca da família Torres de Oliveira (vs.), do Rio de Janeiro. Em Goiás, entre outras, registra-se a do alf. Luiz Antônio de Oliveira, nat. do Porto, que deixou geração, em Pirinópolis, do seu cas., por volta de 1775, com Maria Teodora do Nascimento, meiapontense (JJ., Pirinópolis, II, 259). Na Paraíba, entre as mais antigas, a de João Gonçalves, que deixou descendência do seu cas. com Beatriz de Oliveira, nat. da Paraíba, do princípio do séc. XVII. Em Pernambuco, entre as mais antigas, a de Julião de Oliveira, nat. de Lanhoso, Guimarães (Portugal), que teve mercê do Hábito da Ordem de Aviz [1649], pelos serviços prestados em Pernambuco. Deixou geração do seu cas., em Porto Calvo (PE), com Maria de Abreu, filha de Francisco Camelo de Andrade. Em Minas Gerais, entre muitas, a do Guarda-Mor João Batista de Oliveira [Freg. de Santa Luiza, Portugal -], filho de Romão Dias, nat. de Portugal, e de Catarina Batista de Jesus, nat. da Vila de Santa Cruz, na Ilha da Madeira. Deixou numerosa descendência, por onde correm os sobrenomes Oliveira e Oliveira Fontoura, em Minas Gerais, do seu cas., c.1745, com Ana Rosa da Fontoura, nat. da Freg.ª de N.S. do Rosário do Recife, Pernambuco. Filha de Manuel Pinheiro e de Inês Rodrigues de Oliveira Fontoura, patriarcas da família Pinheiro da Fontoura (v.s.), de Minas Gerais. Foram pais, entre outros, de Belchior Pinheiro de Oliveira [06.01.1748, Vila do Príncipe [(Serro), bisp. de Mariana, MG -], que serviu de Escrivão da Comarca dos Diamantes do Serro do Frio. Na Bahia, entre muitas, ver a família Oliveira Junqueira. Linha Indígena: No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Mateus de Oliveira, que deixou geração, por volta de 1662, com Catarina, «índia da terra» (Rheingantz, III, 40). Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. Na Colônia do Sacramento a de José de Oliveira, «pardo forro» [filho de Gonçalo de Oliveira e de Luzia, sua escrava], que deixou geração, em 1754, com Eugenia Maria «parda forra» [filha de João Francisco e de Antônia de Souza, «preta forra»] (Rheingantz,Col., 3). Em Minas Gerais, por exemplo, Alexandre Patrício de Oliveira, «pardo forro», nat. de S.J. d’El-Rei, filho de Domingos Rodrigues de Oliveira e de Serafina Cordeiro, deixou 5 filhos, nascidos em Campanha (MG), de seu cas. com Inácia Pereira «parda forra», filha de Francisco Pereira de Mendonça e de Vicência Maria de Andrade (Monsenhor Lefort - Campanha). Linha Natural: Em São Paulo, por exemplo, Antônio Tomaz de Oliveira, nat. de Guaratinguetá, «filho natural» de Maria Antônia de Jesus, foi cas. em 1813, Itajubá (MG), com Maria Antônia da Silva, nat. de Guaratinguetá (Monsenhor Lefort - Itajubá). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic.I, 146). Registra-se, por exemplo, Rachel de Eliau Jesurun d'Oliveira [c.1727-], que foi casada, em 1749, com Davi de Aron de Samuel Sarphati Pina, bisneto de Aharon Sarfatti, patriarca desta família Sarfatti (v.s.), de Pernambuco (Wolff, VI, 17). Linha de Degredo e Cristão Novo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na Igreja do Convento de São Domingos de Lisboa, a 09.01.1633, a condenação de quatro (4) anos de degredo para o Brasil, de Catarina de Oliveira, cristã nova, natural de São Martinho, Couto de Alcobaça, moradora em Lisboa, por se casar segunda vez (bigamia) sendo vivo o seu primeiro marido. Nobreza Titular: Em Mato Grosso, registra-se a família do Brigadeiro honorário João Batista de Oliveira [?, Cuiabá, MT - 14.05.1879, ídem], filho do Major do Exército Antônio Bernardo de Oliveira, português, e de Ana d'Alincourt, portuguesa. Neto paterno de Hermenegildo Alves de Oliveira. Neto materno de Luiz d'Alincourt, membro da importante família francesa Alincourt (v.s.). Foi agraciado com o título [Dec. 20.05.1863] de barão de Aguapeí [Serra onde nascem os rios Alegre e Aguapeí, distante 14 léguas a S.E. de Cuiabá, Mato Grosso]. Deixou geração do seu cas. na família Alves da Cunha (v.s.), de Mato Grosso. Importante família, de origem portuguesa, estabelecida em São Paulo, para onde passou Estanilau José de Oliveira [Portugal - 1826, São Carlos, SP], professor jubilado de retórica de São Paulo, que deixou numerosa descendência do seu cas. com Maria Joaquina de Araújo [- 1842, vila de S. Carlos, SP], filha de José Ribeiro do Prado e de Ana de Araújo (SL, VII, 299). Entre os seus descedentes, cabe registrar: I - o filho, José Estanilau de Oliveira [05.03.1803, SP - 04.09.1884, Rio Claro], alferes do regimento de caçadores [1826], agraciado, sucessivamente, com os títulos de [Dec. 30.05.1867], barão de Araraquara, que foi elevado para [Dec. 19.07.1870] o de Visconde do Rio Claro. Chefe do partido liberal no Rio Claro, em cujo município era proprietário de importante fazendas de cultura de café. Deixou geração do seu cas., com Elisa de Mello Franco, integrante da importante família Mello Franco (v.s.), de Minas Gerais; II - o neto, Estanilau José de Oliveira (2.º) [1829 - 29.05.1902], filho do anterior, importante fazendeiro com cultura de café no Município de Anápolis. Foi agraciado com o título [Dec. 28.02.1885], de barão de Araraquara. Deixou uma prole de 10 filhos, do seu cas. com sua prima legítima, abaixo denominada; III - o neto, Dr. Luiz José de Mello e Oliveira [25.02.1837, Campinas, SP - 08.03.1901, São Paulo, SP], bacharel em Direito, pela Faculdade de São Paulo [1862], que foi agraciado com o título [Dec. 28.03.1885], de barão de Melo e Oliveira. Deixou geração do seu cas. com Ana Flora Vieira Barbosa [25.02.1849, Santos.SP - 17.05.1900, São Paulo, SP], baronesa de Melo e Oliveira, filha de Antônio José Vieira Barbosa, membro da família Vieira Barbosa (v.s.), de São Paulo; IV - o neto, Coronel João Batista de Mello e Oliveira, diretor do Banco União de São Paulo, Senador Estadual e Vice-Presidente do Estado de São Paulo [1905]; V - a neta, Maria Joaquina de Oliveira [- 26.04.1926], que, por seu casamento na família Aguiar e Barros (v.s.), de São Paulo, tornou-se, em 1880, a 2.ª baronesa de Piracicaba; VI - a neta, Amália Carolina de Oliveira [1830, Campinas - 01.10.1910, SP], que por seu casamento, em 1847, na família Borges, de São Paulo, tornou-se, em 1889, a baronesa de Dourados, e a matriarca da família Oliveira Borges (v.s.), do mesmo Estado; VII - a neta, Amélia Cândida de Oliveira da Luz [1840 - 27.12.1908, São Paulo, SP], que, por seu casamento com seu primo, denominado acima, tornou-se, em 1885, baronesa de Araraquara; VIII - a neta, Ana Carolina de Melo e Oliveira [05.11.1841 - 05.10.1945, São Paulo, SP], que por seu cas., a 23.04.1863, com, com um membro da família Arruda Botelho (v.s.), de São Paulo, tornou-se a condessa do Pinhal; e IX - a neta, Eudóxia Henriqueta de Oliveira [bat. 24.06.1836, Campinas, SP - 05.02.1874, ídem], que foi cas., a 23.06.1851, na importante família Cunha Bueno (v.s.), de São Paulo. Eudóxia, faleceu antes que seu marido fosse agraciado com os títulos de barão de Itaquari [1887], barão da Cunha Bueno [1887], e, finalmente, visconde da Cunha Bueno [1889]. Importante família, de origem portuguesa, estabelecida em Pernambuco, para onde passou Manuel Inácio de Oliveira [Braga - 25.06.1875, Lisboa], negociante matriculado na praça do Recife, filho de Antônio José de Oliveira e de Antônia Maria Moreira. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Foi agraciado com o título [Dec. 22.07.1867] de barão de Ouricurí. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Deixou importante descendência do seu cas. com Mariana Bernarda d'Almada [Ipojuca, PE -]. Foram pais, entre outros (11 filhos): I - o filho, Felisberto Inácio de Oliveira [PE - 22.10.1870], negociante matriculado, que foi agraciado com o título [Dec. 22.06.1867] de barão de Cruangí. Teve mercê de Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Foi casado com Maria Joana Lopes de Araújo [1850 -], da importante família Lopes de Araújo (v.s.), do Rio Grande do Sul, que tornou-se baronesa de Cruangí, perdendo este tratamento, por haver casado novamente com o barão de Pinto Lima; e II - Francelina de Oliveira, casada, primeiro, na família Timm (v.s.), e segundo, na família Wild (v.s.). O barão de Ouricuri, chefe desta família, parece ter vindo com um irmão, Francisco Antônio de Oliveira, que tirou Carta de Nobreza, justificando sua ascendência, em 10.1846 (Boulanger - Archivo da Nobreza do Brasil). Família estabelecida no Maranhão, à qual pertence José Antônio de Oliveira, que deixou geração do seu cas., por volta de 1850, com Maria Segeins. Foram pais de José Joaquim Segeins de Oliveira [17.06.1858 - 22.05.1929], abastado agricultor e criador de gado no Maranhão, nas propriedades que herdou de seu progenitor. Foi agraciado com o título de barão de Itapari [12.05.1888]. Deixou geração do seu cas. com Hortência Sales, falecida depois de 1929, baronesa de Itapari, filha de importante família da Ilha da Madeira. Seus descendentes assinam Itapari, como sobrenome da familia. Registram-se, ainda: I - Luiz Antônio de Oliveira, que por Decreto de 29.09.1883, foi agraciado com o título de barão de Trontaí; II - Manuel Claudiano de Oliveira, que foi agraciado, a 11.10.1848, com o título de barão de Mogi-Mirim. Foi casado com Balbina de Toledo. Heráldica: I - um escudo em campo vermelho, com uma oliveira verde, arrancada de prata, frutada de ouro. Timbre: a oliveira do escudo; II - Moderno: um escudo em campo vermelho, com uma oliveira de verde, perfilada e frutada de ouro e arrancada de prata. Timbre: a oliveira do escudo; III - De Domingos Joanes: um escudo em campo azul, com aspa de prata, acompanhada de 4 flores-delis de ouro; IV - dos Oliveira-Silva: um escudo partido: o primeiro, em campo de ouro, uma oliveira verde frutada de negro; o segundo, em campo vermelho, um leão de prata, armado de ouro. Timbre: uma flor-de-lis de azul (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 53); Brasil Heráldico: V - Manuel Inácio de Oliveira, barão de Ouricurí, citado acima, ramo de Pernambuco. Brasão de Armas datado de 30.08.1867. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fls. 86: um escudo em campo de prata, partido; ao primeiro quartel, uma oliveira de sinople com frutas de ouro; ao segundo quartel, três faixas de azul, com uma abelha de ouro em cada uma. Coroa de barão. Timbre: uma cruz de goles florida e aberta; VI - Felisberto Inácio de Oliveira, barão de Cruangí, citado acima, ramo de Pernambuco. Carta de Brasão de 30.08.1867. Registrada no Cartório da Nobreza, Livro VI, fls. 87): armas igual a de seu pai, o barão de Ouricuri (Sanches Baena, II, 201, 223); VII - Antonio Joaquim de Oliveira [Lisboa-], que em 1774 era Capitão de Mineiros de Artilharia na Cdade do Porto, quando foi nomeado por D. José I, a Tenente-coronel e Lente da Aula do Regimento de Artilharia do Rio de Janeiro, conforme se nota na Comunicação enviada em Ofício de 18.09.1774, do Ministro da Marinha e Domínios Ultramarinos, Martinho de Melo e Castro, ao Vive Rei Marques do Lavradio. Coube-lhe, como Lente da recém-criada Real Academia, instalar a nova Escola na Casa do Trem de Artilharia, contígua ao Quartel do Regimento de Artilharia, na Ponta do Calabouço. O Tenente-coronel Oliveira permaneceu nestas funções até 1795, quando já Coronel, foi dispensado por motivo de saúde, sendo substituído por José de Oliveira Barbosa. Coronel - antes de 1795. Promovido a Brigadeiro Graduado em 13.05.1808. Filho de Francisco José de Oliveira e de Maria Joaquina de Miranda. Neto paterno de Braz de Oliveira e de Maria Madalena. Neto materno de Antonio de Miranda e de Ana Joaquina. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; VIII - Francisco Antônio de Oliveira, que tirou Carta de Nobreza, justificando sua ascendência, em 10.1846 (Boulanger - Archivo da Nobreza do Brasil).


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     História do sobrenome Gomes      

Sobrenome de formação patronímica: filho de Goma, do gótico guma, inglês antigo guma, antigo francônio goma, feito de goma. A forma primitiva seria Gomici, que nas fontes aparece como Gomece, Gomice, Gumice, Gomize, Gumize, Gomeze, Gomez. Já foi nome de batismo (Antenor Nascentes, II, 127). Segundo alguns, em Portugal, procedem da família Gomes, da Itália, onde era nobre, e da qual houve alguns «Patrícios» em Roma (Anuário Genealógico Latino, I, 50). Assim como os demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, etc. - este sobrenome espalhou-se desde os primeiros anos de povoamento do Brasil por todo o seu vasto território. Há diversas famílias com este sobrenome, em diversas partes do Brasil, de origem portuguesa, colombiana, espanhola. paraguaia, argentina, uruguaia, etc. No Rio de Janeiro, entre as quase 150 famílias com este sobrenome, dos séculos XVI e XVII, temos a de Amador Gomes, n. por volta de 1598 e fal. antes de 1654. Deixou larga descendência, a partir de 1624, com Isabel Teixeira (Rheingantz, II, 241). Em São Paulo, entre as mais antigas, encontra-se a de Pedro Gomes, fal. a.1616, e cas. em S. Vicente, com Isabel Afonso, filha de gentio da terra. Deixou geração. Além deste, registram-se, entre outros: Luís Gomes (S. Paulo, 1583). Matias Gomes (Piratininga, 1592), Gaspar Gomes (S. Paulo, 1599) e Lourenço Gomes (S. Paulo, 1599) (AM, Piratininga, 88). Na Bahia, entre as mais antigas, cabe registrar a de Pedro Gomes [Setúbal - 20.12.1692, BA], figura central de seu tempo, na Bahia. Passou para a Bahia e aí ocupou todos os postos nas milícias, sempre se distinguindo, até o de mestre de Campo, a começar de 18.06.1678. Gov. do Rio de Janeiro [16.01.1681 a 25.07.1682]. Moço Fidalgo e Fidalgo da Ordem de Cristo. Deixou geração do seu cas., com a viúva, Isabel da Costa Madeira, filha de Domingos Lopes Falcato e de Águeda da Costa. Foram pais, entre outros, de Antônio Gomes, que tornou-se o patriarca da importante família Gomes Ferrão Castelo Branco (v.s.), da Bahia(Jaboatão, n.º 655). Ainda, na Bahia, registra-se a família de Agostinho Gomes, cavaleiro professo na ordem de Cristo. Familiar do Santo Ofício. Negociante de grosso trato na cidade de Salvador, Bahia. Descendente das famílias Fontoura e Carneiro. Deixou geração do seu cas. com Isabel Maria Maciel Teixeira, filha de Bento Maciel Teixeira e de Maria da Silva. Foram pais do Padre Francisco Agostinho Gomes, negociante de grosso trato na cidade de Salvador, Bahia, com legítima dispensa. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Em Minas Gerais, estabelecida na Zona do Carmo, encontra-se, entre as mais antigas, a de Francisco Gomes Pinheiro, que passou para as Minas na era do seu povoamento e foi um dos desbravadores da zona do Carmo, do rio Doce e do Casca. Sesmeiro [1736] em Barra Longa, onde cas., c.1745, com Antônia Pereira de Araújo, do Rio das Velhas (Cônego Raimundo Trindade, Zona do Carmo, 1). Ainda em Minas Gerais, registra-se a de João Gomes Martins [1685, Barcelos - ?], que passou para o Brasil, estabelecendo-se em Sumidouro, Minas Gerais. Foi o fundador de Palmira (hoje Santos Dumont), em Minas Gerais. Deixou geração de seu cas., em 1725, no Rio de Janeiro, com Clara Maria de Melo. Foram pais do inconfidente José Ayres Gomes. No Acre, cabe registrar o português José Gomes dos Santos, que descerrou o seringal Independência, por volta de 1878, situado no rio Purus, dentro de umas oitenta milhas acima da foz do rio Acre (Castelo Branco, Acreania, 172). Para Pernambuco, entre outras, registra-se a família do Coronel João Antônio Gomes [c.1749, Portugal - Recife, PE], Senhor dos Engenhos Mercês, e Penderama, este na Vila do Cabo, PE. Coerciante e opulento proprietário no Recife. Deixou numerosa descendência do seu cas., no Recife, PE, com Caetana Maria de Deus Pires Ferreira [c.1752, Recife, PE - idem], filha de Domingos Pires Ferreira, patriarca desta família Pires Ferreira (v.s.), de Pernambuco. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - a flha, Joana Maria de Deus Gomes [1776, Recife, PE - 10.08.1866, idem], que deixou importante descendência do seu cas. com o Senador José Carlos Mayrink da Silva Ferrão [1771-1846], membro da importante família Mayrink (v.s.), de Minas Gerais; II - a filha, Catarina Maria da Conceição Gomes [1779, Recife, PE - idem], de quem descendem os Gomes, por seu cas., em 1804, no Recife, com seu primo legítimo (paterno) Joaquim Cândido Gomes [c.1775, Recife, PE - d.1836], comerciante; e III - a neta, Caetana Cândida Gomes [1811, Recife, PE - idem], baronesa das Mercês, que deixou geração do seu cas., a 04.10.1831, no Recife, com seu primo paterno, Manuel José da Costa [1809-1885], agraciado com o título de barão das Mercês, integrante das muitas famílias Costa (v.s.), de Pernambuco (Edgardo Pires Ferreira, Mística do Parentesco, I, 6, 36). Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul, registra-se a de Inácio Gomes, «viúvo», cas. em 1780, em Estreito, RS, com Florencia, «índia» (L.º 2.º, fl.10v). Para São Paulo, registra-se uma ilustre família de músicos, originária da Espanha, procedente de Don Antônio Gomez, de casa nobre de Pamplona, e que, fazendo-se bandeirante, desbravava o interior de São Paulo, encontrando, não ouro, mas outra coisa que, para ele, foi mais preciosa: uma belíssima índia, filha de um cacique guarani, que lhe deu muitos filhos (Vasconcelos. Raízes da Música, 196). Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o neto, Manuel José Gomes [- 1868], mais conhecido por Maneco Músico, professor, compositor e mestre da Banda de Campinas. Deixou importante descendência, estabelecida em Campinas, SP, do seu terceiro casamento com Fabiana Maria Jaguari Cardoso, que morreu tragicamente, muito moça ainda. Deixou geração do seu quarto e último casamento, com D. Francisca Leite, que iria tornar-se uma boa madrasta aos filhos dos casamentos anteriores. As quatro esposas de Maneco Músico, lhe dariam, nada menos do que 25 filhos (Vasconcelos. Raízes da Música, 196); II - o bisneto, José Pedro de Sant’Ana Gomes, filho do anterior, o mano Juca. Violinista, regente e também compositor. Tornar-se-ia o maior amigo de seu famoso irmão, o maestro Carlos Gomes; III - o bisneto, Antônio Carlos Gomes [11.07.1836, Campinas, SP - 18.09.1896, Belém, PA], irmão do anterior e filho do terceiro casamento do item I. Um dos maiores nomes da música brasileira - autor das nossas mais belas óperas, mas também de encantadoras modinhas. Estudou música com seu pai, tendo aprendido, também, o ofício de alfaiate. Tocou vários instrumentos na banda de seu pai, principalmente ferrinhos e o flautim, depois dedicou-se ao violino, especializando-se em piano, sem chegar a ser, nele, propriamente, um virtuoso. Aos 21 anos, publica a valsa “A Rainha das Flores”, a romança sentimental Bela Noite da Minh’Alma e a dança de negros A Caiumba. Em 1859, foge com seu irmão para o Rio de Janeiro a fim de estudar no Conservatório local. Em 1860, recebe medalha de ouro por sua cantata A Última Hora do Calvário. Em 04.09.1861, apresentou no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, a sua primeira ópera, A Noite do Castelo, sendo ovacionado de pé, pelo Imperador, que lhe concedeu o hábito de Cavaleiro da Ordem da Rosa. Sua segunda ópera, Joana de Flandres [1863]. D. Pedro II, maravilhado, promove Carlos Gomes a Oficial da Ordem da Rosa e decide custear seus estudos na Europa. Em Milão, Itália, foi aluno de mestre Lauro Rossi. Em 19.03.1870, estréia, no Scala, Itália, Il Guarany, obtendo um êxito fulminante. No espetáculo, a presença do compositor Giuseppe Verdi [1813-1901]. No mesmo ano, a 2 de dezembro, Il Guarany sobe, pela primeira vez, à cena no Brasil, no palco do Teatro :Lírico Fluminense. Em 1872 escreve aquele que seria, para ele, sua melhor ópera: a Fosca, mal recebida em virtude de suposto wagnerismo. Em 1874, no Teatro Carlo Felice, de Gênova, estréia com a ópera Salvador Rosa. Em 1879, lança a ópera Maria Tudor, ópera lírica em quatro atos. Tornou-se esta a mais popular ópera de Carlos Gomes na Itália. Em 1888, estreia O Escravo. Estréia no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, a ópera Lo Schiavo [1889]. D. Pedro II eleva Carlos Gomes ao grau de Grande Dignitário da Ordem da Rosa. Em 1891, lança a ópera Condor e, em 1892, o oratório Colombo. Condecorado pelo Rei de Portugal com grau de Comendador da Ordem de São Tiago e diretor do Conservatório de Belém, a convite de Lauro Sodré, mas não chegou a assumir. Deixou geração do seu cas., em 12.1871, com [separado] Adelina Peri [- 01.1889], descendente de antiga família de titulares de Bologna, e pianista laureada pelos Conservatórios de Roma e Milão (Vasconcelos. Raízes da Música, 200); IV - o tataraneto, Íbero Gomes Grosso [1905, São Paulo, SP - 1983], sobrinho-neto do maestro Carlos Gomes. Desde a tenta idade demonstrou vivo interesse pelo violoncelo, tendo aos sete anos seguido para o Rio de Janeiro onde ficou sob a tutela de seu tio e mestre Alfredo Gomes. Agraciado com o prêmio de viagem de estudos, no Curso da Escola Nacional de Música. Seguiu para a Europa, ingressando na École Normale de Musique de Paris, aperfeiçoando-se com Diran Alexanian e Pablo Casals. Catedrático de Violoncelo na Escola Nacional de Música e no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, onde lecionou rítmo. Em 1930, formou um trio com Tomás Terán [1896-1964] e com o grande violinista Oscar Borgerth [1906-], este último, foi depois seu cunhado; V - a tataraneta, Alda Gomes Grosso, irmã do anterior e sobrinha-neta do maestro Carlos Gomes. Violinista, também laureada. Não deixou geração do seu casamento, em 1934, com a violinista, Oscar Borgerth. Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Sebastião Alves Gomes, «pardo forro», cas. em 1770, no Rio de Janeiro, com Brígida Maria de Jesus [1731,RJ- ?]; e a de Manuel Gomes da Silva [1680,RJ- ?], que deixou geração, em 1712, com Josefa do Vale, «parda», pela qual corre o sobrenome (Rheingantz, II, 527, 267). Em Minas Gerais, por exemplo, registra-se a de Antônio Gomes [Braga - 17—, MG], que reconheceu dois filhos, havidos com Antônia da Silva de Andrade «crioula forra», e mais dois, com Felícia Isabel Cardoso, «parda». No Rio Grande do Sul, entre outras, encontra-se a família de João Gomes, preto forro, casado em 1779, em Estreito, RS, com Maria da Conceição, também preta forra. Linha de Batina: Para São Paulo, registra-se o arcediago José Gomes de Almeida, filho do coronel Jerônimo Martins Fernandes, cavaleiro professo na ordem de Vristo, e de Josefa Caetana Leonor Mendes de Almeida. Neto paterno de João Gomes e de sua mulher Maria Fernandes, e bisneto de Francisco Gomes, casado com Maria Martins de Macedo. O arcediago Gomes de Almeida, teve um filho, que legitimou, chamado Francisco Martins de Almeida, sargento-mor de guardas nacionais, na província de São Paulo. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 21.06.1671, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Francisca Gomes, «cristã-nova», natural de Lisboa, onde morava. Filha de Simão Henriques. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 21.06.1671, a condenação de sete (7) anos de degredo para o Brasil, de Ana Gomes, natural da Veiga de Lisa, termo da vila de Chaves, moradora em Lisboa, condenada «por casar segunda vez sendo vivo o seu primeiro marido» (bigamia). Esposa de Amaro Gonçalves, trabalhador. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na Praça Grande de Évora, a 18.03.1683, a condenação de dois (2) anos de degredo para o Brasil, de Maria Gomes Cavala, «parte cristã nova», moradora na cidade de Évora, «reconciliada por culpas de judaismo no auto-de-fé que na mesma cidade se celebrara a 01.04.1629, fora novamente presa por culpas de relaxação. Era viúva de Antônio Gonçalves, sapateiro em Montemor-o-Novo. Cristão Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. No Rio de Janeiro, cabe registrar a família de Gregório Mendes [c.1569 - a.1617], morador no Rio de Janeiro, que deixou numerosa descendência do seu cas., c.1594, com Isabel Gomes «da Costa» [c.1572 - ?], pela qual correm os sobrenomes Gomes da Costa (v.s.) e Mendes da Costa (v.s.), quase todos denunciados em autos-de-fé, entre 1634 e 1735, acusados de serem cristãos-novos (Rheingantz, II, 586). Ainda no Rio de Janeiro, ver a família Gomes Mourão. Sobrenome de uma família de origem judaica estabelecida, no Brasil, durante o período holandês, à qual pertence Simon Gomes de Lisboa, documentado nos anos de 1644 (Wolff, Brasil Holandês, 45). Na Bahia, registram-se Antônio Gomes, judaizante em 1646; e Fernão Gomes, cristão novo, alfaiate, denunciado - 1591 (Wolff, Dic., I, 84, 114; VI, 10). Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no domingo, na Sala geral dos Estaus da cidade de Lisboa a 31.01.1599, a condenação por judaísmo de Rui Gomes, cristão novo, natural de Lisboa e morador em Pernambuco. Nobreza Titular: I - Importante família de abastados proprietários de terras, membros da chamada aristocracia cafeeira, estabelecida no Estado do Rio de Janeiro, à qual pertence José Luiz Gomes [1801 - 30.05.1855, Piraí, RJ], filho de Francisco Luiz Gomes [irmão do Padre Dr. Alexandre Caetano Gomes, escritor] e de Ana Margarida de Jesus Breves, integrante da poderosa família Breves (v.s.), do Vale do Paraíba Fluminense, Estado do Rio de Janeiro. Sargento-Mor de milícias, alferes do 2.º Batalhão de Angra dos Reis [RJ]. Um dos maiores benfeitores da Cidade de Piraí [RJ], onde era proprietário das fazendas de Santa Maria e Ponte Alta. Vereador e presidente da Câmara Municipal de Piraí. Delegado de polícia da mesma cidade. Juiz de Paz de Mambucaba. Foi agraciado com o título de barão de Mambucaba [02.12.1854]. Deixou geração dos seus dois casamentos, sendo o segundo, com Maria Rosa da Conceição, filha do Capitão José Tomás da Silva e de Rosa Maria da Conceição; II - Jacinto José Gomes, foi agraciado, a 10.07.1873, com o título de barão de Monção. Heráldica: I - em campo azul, um pelicano de ouro com três filhos bebendo o sangue [de vermelho] do mesmo, que sai da sua ferida no peito. Timbre: o pelicano do escudo. Brasil Heráldico: I - padre Francisco Agostinho Gomes, citado acima, ramo da Bahia. Brasão de Armas, datado de 24.10.1799. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fl. 101: um escudo ovado e partido em pala; na primeira, as armas da família Fontoura (v.s.); e na segunda, as armas da família Carneiro (v.s.) (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 175); II - Sargento-mor Francisco Martins de Almeida, citado acima, na linha de batina. Brasão de Armas, datado de 25.10.1855. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fl. 25: um escudo esquartelado: no primeiro quartel, as armas da família Gomes (v.s.); no segundo quartel, as armas da família Martins (v.s.); no terceiro quartel, as armas da família Macedo (v.s.); e no quarto quartel as armas da família Fernandes (v.s.). Elmo de prata guarnecidi de ouro. Paquife dos metais e cores das armas. Timbre: o da família Gomes. Diferença: uma brica vermelha com um F de prata.


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